venda-se!

Um blogue de ensaio e erro sobre Economia.

Contacto

aputadasubjectividade
Pop Chula
buzina

13.11.05

Bola

A chuva estragou a transmissão da primeira parte do Noruega - República Checa. Na segunda parte deu para perceber que se perdeu muito pouco.

O bar perto da faculdade é um ponto de encontro engraçado da malta do Programa, com alemães a ver o jogo com a frança, uruguaios a ver o jogo com a Austrália e outros a ver os jogos dos outros.

Acabei por ver parte da Espanha no centro, e aproveiter não conhercer o tipo que tinha uma festa de anos hoje para voltar a casa cedo. Amanhã há problem sets para fazer. Idealmente, despachava um e começava outro.

22.7.04

A caminho do Fim da História

Um canal de televisão só de anúncios. Como entretenimento

Falhei um Objectivo

E vou recomeçar o blog. Naquela. 

1.11.03

Sobre o comunismo, as pessoas e o caraças (mais sobre o caraças).

João! Lê este livro.


E faz-me um resumo que tenho pouco tempo. É rídiculo, um resumo dum resumo.

Naa, antes assim: e sê bem-vindo!

THE MATHEMATIZATION OF ECONOMIC THEORY

Para quando fico a pensar porque carga de água necessito de saber provar o teorema da função implícita com vizinhanças.

26.10.03

So' para nao (~) destoar...

... aqui vai a canção de Belle and Sebastian do dia.

I'm a Cuckoo

I’d rather be in Tokyo
Id rather listen to Thin Lizzy-oh
Watch the Sunday gang in Harajuku
There’s something wrong with me, I’m a cuckoo


Pronto, prometo que vou parar com isto.

24.10.03

Habsburg

Hoje assisti a uma conferência de um germânico sobre história económica. Em questão, uma união monetária entre a Áustria e a Hungria no século XIX. Terrivelmente aborrecido. Não sei o que se passa, mas não consigo acompanhar o inglês de alemães altos e largos. Muito pouco jeito por parte do senhor para dinamizar a apresentação, para a tornar minimamente apetecível.
No meio de isto tudo, achei piada a uma coisa. A apresentação consistia na leitura, por parte do autor, de excertos do paper apresentado. Quando me apercebi disto, passei a acompanhar, mais animado, o que se passava na sala. O autor de vez em quando olhava para a audiência, para o tecto, e lá perdia o fio à meada por um segundo, mas ia lendo parágrafos inteiros do que tinha escrito. Como se tivesse tido tanto trabalho para escrever o texto com as melhores palavras possíveis e não desejasse agora insultar esse trabalho, apresentado oralmente as suas ideias com outras palavras, necessariamente inferiores àquelas que já eram perfeitas.
Ou isso ou foi preguiça, ou incompetência.

Segundos de sonho

Belle and Sebastian - If You Find Yourself Caught In Love

(...)

What a pity it would be (what a pity)
Oh you talk of freedom don't you see (what a pity)
The only freedom that you'll ever really know
Is written in books from long ago


(...)

Voltei mesmo, porra

Quis mudar para o weblog.com.pt, mas desisti. Quis dedicar-me exclusivamente à Topologia, à Teoria Microeconómica pura e a algumas coisas caídas do céu a que se vai chamando Teoria Macroeconómica, mas também não correu bem. Em boa verdade, quis-me dedicar aos meus tempos livres, gastá-los fora do computador, de preferência a estudar por gosto. Lá me apercebi que a alternativa aos tempos livres fora do computador (isto em casa, porque fora de casa, nada mudou…) é a televisão, a música, revistas e jornais, alguns hiatos de tempo.
Além disto, o blog tem vários aspectos excelentes. Primeiro, disciplina o estudo. Perco menos tempo em coisas inúteis. Se não tiver cuidado, também rouba tempo ao estudo, mas eu vou ter cuidado. A segunda coisa boa é que eleva o ritmo de trabalho. Com o tempo contadinho as coisas têm outro gosto. Faço tudo mais depressa e a pressão é certamente bem-vinda.
Vou então voltar a escrever aqui, agora de vez.

Um minuto no parlamento

Telejornal. Tal como muitos portugueses, assisto com gosto ao minuto de parlamento do dia. Hoje vi Bagão Félix assanhado a refugiar-se na inteligência (ainda que tenha sido bastante burro), seguida de um: "vocês não querem ouvir". Realmente, o homem não tem muito jeito para aquilo, e aposto que perdeu o debate do dia para grande parte da população portuguesa.
Pior que tudo, perdeu contra uma Odete Santos que estava a lutar para construir uma frase que envolvesse uns quantos números que tinha apontados num papel. Foi penoso, mas finalmente conseguiu formular uma pergunta ao senhor ministro, acusando-o de mentir ao mesmo tempo. Vou ser simpático para Bagão Félix. A pergunta era estúpida. A acusação de mentira, só teria cabimento se a senhora Odete fosse mentecapta. Passo a explicar.
Falava-se de desemprego. Bagão terá dito (presumo... não vi hoje, mas já o vi a dizer noutras alturas), que o pior já passou, e que o número de novos desempregados tem vindo a diminuir. Terá tido a ousadia de dizer que as coisas estão finalmente a melhorar. Odete Santos pega por onde pode e pergunta ao ministro como é que as coisas estão a melhorar se o Eurostat diz que o desemprego em Portugal aumentou cerca de dois pontos percentuais.
Falavam de coisas diferentes. Era tão fácil desfazer o equívoco. Mas Bagão quis complicar. Não ajuda que quando fale pareça estar sempre na evasiva, por causa daquele estilo nervoso. De qualquer forma, Bagão passa a explicar que não tinha mentido não senhora, que ele tinha referido apenas a diminuição da segunda derivada (ou terá sido "um efeito de segunda ordem"? Se foi, é ainda pior...). Risos no parlamento. A minha mãe, ao jantar, faz uma careta. Mais risos no parlamento. Ouve-se Bagão a dizer "vocês não querem ouvir" e acaba a peça. Pouco depois expliquei à minha mãe o que era aquela coisa da segunda derivada (já agora, disse que era a aceleração do desemprego, isto é, que apesar do desemprego continuar a aumentar, aumenta cada vez menos).
Então, senhor Bagão? Ingenuidade? Estupidez? Cansaço de repetir sempre a mesma coisa? A verdade é que muita gente ficou com a ideia que mentiu realmente. Outros até acreditam que não tenha mentido. No entanto, como explicou usando um conceito que quase ninguém percebeu - nem os senhores deputados que até são doutores! - deve ter feito asneira da grossa. O facto da peça ter acabado logo de repente, também deve ajudar o equívoco.
Enfim, senhor Bagão. O senhor é um católico dedicado. Sempre que tiver que falar para um grupo de pessoas, lembre-se do seu Deus, e fale a linguagem das crianças. Aposto que gosta que Ele o faça. Sendo assim, só tem de fazer o mesmo aos outros. E sim, estou a falar de deputados e jornalistas, da criançada toda...

O dia em que "Marx and Engels" soou mais doce que "Belle and Sebastian"

Belle and Sebastian - Marx and Engels

She spoke in dialect I could not understand
But one thing that she made clear
There was no coming on to her
There was no intellect
That she could respect
If it couldn't see
That the girl just wants to be
Left alone with Marx and Engels for a while
She's writing in the style
Of any riot girl


12.10.03

Mais uma vez, de volta!

Depois "explico". Não contem com actualizações, este blog está em mudanças.

18.9.03

Propinas

Actualização:

Pelo Menos 17 Faculdades Já Fixaram a Propina Máxima

14.9.03

Time capsule

Enquanto limpava sub-sub-sub-directórios do disco rígido, encontrei um ficheiro com o seguinte texto:

No Daily Show, acerca do medo.

(...)
Enquanto as pessoas pensarem que ele existe, ele existe, mesmo não existindo.
(...)
Precisamos de bombas que consigam matar ideias.

11.9.03

Apaguei um post

Mais PEC

Desta vez as críticas são de Wim Duisenberg.

França e a Alemanha, ao violarem o Pacto de Estabilidade e Crescimento apresentando défices acima dos 3%, estão a prejudicar o crescimento económico e a criação de empregos na Zona Euro, disse hoje Wim Duisenberg, presidente do Banco Central Europeu.
No Parlamento Europeu, o ainda presidente do BCE voltou a criticar os Governos europeus, por apresentarem défices excessivos e continuarem a utilizar práticas burocráticas, penalizando a competitividade da economia.
«Na área da politica fiscal, temos assistido a consistentes violações de compromissos», disse Duisenberg, afirmando que vários países «não estão a apresentar uma determinação suficiente».

10.9.03

Kicking the Mainstream

James K. Galbraith, filho de John K. Galbraith é o primeiro nome da lista de contribuidores da Post-Autistic Network.
É sempre querido ver alguém a tentar seguir as pisadas do pai.

KICK-AAS

(via CausaLiberal)



Kick all agricultural subsidies!

Governo matreiro

No Público:

As instituições de ensino superior ainda não sabem que orçamento vão receber do Estado, não sabem quais as implicações do aumento das propinas sobre as verbas que o Governo vai disponibilizar para acção social, sobre o montante das bolsas ou sobre o número de estudantes bolseiros e desconhecem como vai ser calculada a fórmula de financiamento. Neste cenário, o Conselho dos Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), reunido ontem, considera que não estão reunidas as "condições fundamentais para uma decisão sobre a fixação do valor das propinas, devendo recorrer-se aos procedimentos transitórios previsto na lei".

Ou seja, pede-se aos reitores que decidam as propinas sem saberem quanto é que o estado vai passar para as universidades. Isto é perverso e quase uma canalhice para os reitores. Por acaso serão os directores das faculdades (mais correctamente, os "senados e às unidades orgânicas com autonomia administrativa e financeira") a tomar esta decisão, mas a notícia é elucidativa do comportamento do governo. Analisemos então os incentivos de um decisor.

Sabe-se que o Governo está apertado em termos de contas públicas. Este, ao não divulgar quais os orçamentos das faculdades ou qual o impacto dos novos valores para as propinas nas verbas destinadas às universidades, quase obriga os decisores a escolherem a propina máxima. Porquê?
Imagine-se que o decisor escolhe a propina mínima. O governo terá legitimidade imediata para retirar fundos a essa universidade, numa lógica cínica de "esta não precisa". Se uma universidade teve oportunidade de recolher fundos próprios e não o fez, então só pode ser porque não precisa. A universidade que fizer isto no primeiro ano, certamente não o fará no ano seguinte. E a prazo, com base neste mecanismo do governo [que nem precisa de ser posto em prática, a ameaça da sua existência basta] teremos todas com propinas muito próximas do valor máximo.
Resta-nos assim um valor muito elevado. O curioso é que o incentivo a escolher este valor estará presente mesmo que o governo retire mais verbas às faculdades que o escolherem. Isto implicaria uma espécie de redistribuição regional ou por faculdade, que me parece algo ridícula. Mas, voltando aos pobres decisores, o facto de serem os primeiros a escolher (a jogar, se quiserem) obriga-os prever a reacção do governo. Como tudo aponta para uma retirada de fundos, as faculdades deverão acautelar-se e decidir pela propina máxima.
Vai ser um aumento brutal das propinas. Eu já acabei, mas tenho colegas que devem pagar 3 vezes mais por um semestre. É sem dúvida um passo para o auto-financiamento das universidades, o que nem me parece muito mal e parecia estar na agenda política do governo. Escusava-se é de o fazer desta forma, encostando as faculdades à parede e remetendo para estas decisões impopulares que o executivo estava mortinho por tomar. O senhor ministro parece ser muito esperto, mas espertos são os ratos. Há aqui espaço e condições para o tiro lhe sair pela culatra...

8.9.03

Em Portugal, tudo na mesma



Só o discurso do primeiro ministro mudou. O sol deve ajudar o optimismo e já é tempo de começar a recuperação fantástica que vai permitir a reeleição de Durão Barroso. Entretanto lembrei-me dum texto que João Miranda publicou no Causa Liberal, rejeitando a hipótese dum discurso de confiança ajudar uma recuperação. Na altura pensei que se podia repudiar o discurso da tanga exactamente com os mesmos argumentos, o que também se lia implicitamente no artigo. Sendo assim, essa discussão era essencialmente política*; e, agora, o PSD começa a preparar terreno para o aproveitamento político da recuperação que aí vem. Sempre tudo na mesma.

* O artigo donde tirei o gráfico está no excelente e renovado Canal de Negócios.
** Pode não ser bem assim, ainda mais no caso dum país grande em que o discurso é apoiado por pequenas políticas correctas (ou fortuitas se preferirem).

Krugman & Job Watch

Pois.

And it's the same for anyone who questions his economic record: "They tell me it was a shallow recession," he* said Monday. "It was a shallow recession because of the tax relief. Some say, well, maybe the recession should have been deeper. That bothers me when people say that."
That is, if you ask why he pushed long-term tax cuts rather than focusing on job creation, he says you wanted a deeper recession. It bothers me when he says that.
Of course, nobody says the recession should have been deeper. What critics argued — correctly — was that Mr. Bush's economic strategy of tax cuts for the rich, with a few token breaks for the middle class, would generate maximum deficits but minimum stimulus. "They" may tell him it was a shallow recession, but the long-term unemployed won't agree.
And the fact that even with all that red ink the recovery is still jobless should lead him to wonder whether he's running the wrong kind of deficits.


* Bush

Job Watch


Vamos la' para o Iraque

É tempo dos aliados históricos dos Estados Unidos se juntarem à coligação que ocupa o Iraque. É triste que tal tenha que acontecer, mas já é altura. Espero que nenhuma das partes veja isto como uma cedência e que expliquem isso mesmo aos seus eleitores e aos seus parlamentos.

7.9.03

Avante!

Cheguei há pouco da festa do Avante. Fica uma pequena nota venenosa sobre a apolitização da festa. É um facto que perdi o comício e a abertura da festa. É verdade que passei pelos debates mas nunca fiquei muito tempo em nenhum. É igualmente verdade que os pavilhões temáticos estavam muito bonitos, chamando a atenção de qualquer pessoa que ali passasse para as lutas comunistas do momento e recordando acontecimentos passados. Mas o que denota a apolitização da festa é a ausência clara da politica nos visitantes da festa. Já fui vários anos à festa e nunca tinha assistido a uma tão drástica ausência de gritos e canções políticas, mas também de discussões, nos habituais tempos mortos do fim-de-semana. Um exemplo claro do que falo sucedeu depois da Carvalhesa de sexta-feira à noite. Foi quando ouvi os primeiros gritos políticos do fim-de-semana. Coisa pouca, muito tímida e extremamente descoordenada. Pouco depois, ouvi um valente SLB! SLB! GLORIOSO! SLB! que calou os camaradas para o resto da noite. Apercebi-me logo onde estava e para o que estava, e lá fui fazer o que se faz na festa do Avante, não mais preocupado em ter de discutir com alguém o (não)-funcionamento do centralismo democrático.

4.9.03

Comércio confuso

Será que me fica bem remeter para um texto dum autor conservador que crítica Bush pela sua política ambígua em relação à liberalização do comércio internacional? Eu próprio já defendi aqui coisas que podem ser usadas como forma de proteccionismo (ainda que me agrade a ideia de não ter que beber leite mungido à mão proveniente de zonas com problemas epidémicos, obrigado UE pela má vontade). De qualquer forma, a minha opinião presente conta muito mais. É de notar que as críticas deste artigo assentam que nem uma luva aos comissários europeus (que não têm eleitores, mas que têm muita gente a chatear-lhes a cabeça). É de notar também que, em matéria de comércio internacional, a diferença entre esquerda e a direita é longe de linear, e que esta direita (a de Bush) parece estar mais preocupada com as eleições que com a coerência (os liberais portugueses, apoiantes de Bush noutras matérias, também...). É típica politiquice e irrita. Ao menos os liberais podem depois engasgar-se, se tudo correr como até agora tem corrido (e se Bush for reeleito) …

The most likely outcome for the next 18 months is a policy of "hypocritical liberalization." The Doha round will proceed, as will the Middle East Free Trade Area. But the administration will take advantage of every exception, escape clause, and loophole at its disposal to protect vital constituencies from the vicissitudes of the global market. This will hurt the broad majority of American consumers and a healthy share of producers that rely on imported raw materials. But hey, there's a rosy future awaiting West Virginia steelworkers.

3.9.03

PEC 2

Pacheco Pereira no Abrupto comete um erro típico. Perante tanta vontade de condenar (a França, a UE), lança uma farpa ambígua e atira ao lado. Passo a citar:

O Pacto prevê sanções e pesadas. Portugal foi ameaçado com elas ainda bem recentemente. Ora, não se vê que a Comissão mostre grande vontade de as aplicar à França e à Alemanha...

Vamos então por partes. Portugal descartou recentemente uma hipótese de fuga legal (e ainda bem!). Devido à contracção do PIB poder vir a ser maior que 0,75% e devido à catástrofe (com notório impacto orçamental) que foram os incêndios este verão. Quanto à França e à Alemanha, apenas a primeira repudiou publicamente as regras do pacto, e o que eu vejo é uma Comissão Europeia a apertar com a França. Aqui fica um link (texto nos comentários).

Pacto de Estabilidade e Crecimento

O PEC até pode ser a maior barbaridade do mundo e estar cheio de erros, mas é importantíssimo que seja cumprido, mesmo que venha a ser alterado num futuro próximo. Isto porque a razão para a sua existência não foi alterada. É preciso controlar os défices dos governos da Zona Euro (e União Europeia).
Pode parecer uma idiotice aplicar algo que será brevemente corrigido, mas de que outra forma podemos assegurar que a versão corrigida será alguma vez aplicada? O consenso sobre a inutilidade do PEC só está a surgir devido à pressão por parte de países incumpridores. É uma simples questão de credibilidade, e se o novo PEC implicar o apagamento (ou um qualquer atenuamento) dos castigos sobre países incumpridores, lá se foi a credibilidade toda. É importante que desta vez, estes países sejam castigados. Quando tudo estiver calmo, criem-se então os PECs-amigos-do-crescimento que bem entenderem.

Vida aborrecida

Fui bem atendido numa repartição das finanças!

31.8.03

Mercados, Mercados, Mercados

Estive a ler colunas atrasadas de Hal Varian no NYT. Ele faz essencialmente divulgação científica sobre economia e ultimamente tem escrito sobre novos mercados. Alguns textos engaçados:

- Sobre o risco na segurança social, no mercado de trabalho, no mercado de habitação...
- Sobre o mercado de futuros de terrorismo.
- Sobre mercados de outras opções exóticas: as políticas do governo, do Banco Central; a escolha de CEO's por parte de empresas..

Tenham medo, muito medo

Há fortes possibilidades de vir a ser assistente duma cadeira de Microeconomia durante o próximo semestre. É aterrador.

Se conseguir, serei avaliado pelos meus queridos alunos. Um estudo recente* aponta que os alunos preferem professores bonitos, reflectindo-se esta preferência nas avaliações que fazem dos mesmos. Estou literalmente lixado. Vou tentar compensar com roupa gira e marcas do tamanho de exteriores de auto-estrada. Aceitam-se outras sugestões.

*Aqui, a versão menos chata escrita pelo economista cool Hal Varian. Mais desenvolvimentos sobre os efeitos da beleza, aqui.

30.8.03

IN YOUR DREAMS, SHOW NO MERCY

De volta!

24.7.03

Voyeurismo

Zapping. Na SIC Notícias está a dar o Linha de Crédito, com quem julgo ser João Freixa, presidente da Euronext Lisboa. Fala-se sobre a divulgação pública das contra-ordenações iniciadas pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). João Freixa, ao que parece, é contra. A actividade do zapping apenas me permite ver duas das razões apresentadas: alguns aspectos jurídicos que apenas recordo vagamente e uma vontade de voyeurismo por parte do público. Os aspectos jurídicos serão importantes, porventura. Parece que tanto as contra-ordenações como os apelos às mesmas, são primeiro julgadas pelo regulador, e que no caso de se recorrer a um tribunal, estão equiparas a simples multas de trânsito. Isto impede o correcto uso do tribunal como árbrito devido à complexidade dos crimes, pouco indicada para um tribunal de pequena instância. Quanto à reclamação de voyeurismo, é anedótica. João Freixa poderá estar preocupado com as consequências da transparência, poderá até pensar que os benefícios não compensam os custos. Mas declarar como voyeurismo o desejo de saber algo que deve ser público (somos todos potenciais investidores) não me parece muito indicado. É como se agora fosse voyeurismo olhar para a estátua do Marquês de Pombal.

19.7.03

Kicking Nozick

Camon Kids.

18.7.03

Ainda a meio gás

Não páro de pensar que devia concentrar-me no meu core business: parar de escrever e aprender alguma coisa.

IVA em vez da SISA

Ah pois é.

Mudança de template

A presidência grega já acabou. Digam adeus a esta imagem.

e-Vote



Ela manda beijinhos.

Já agora, vejam o link por trás da imagem. Por lá podem-se encontrar as conclusões do projecto.

As part of our efforts to reduce the democratic deficit in our enlarging European Union, the Greek Presidency’s e-Vote initiative is probably the broadest online consultation of European citizens ever undertaken at the EU institutional level. Over 163,000 people from across Europe have so far participated in this e-democracy experiment. For us, this online dialogue is an ongoing process to further engage citizens in the EU decision-making process, and to bridge the gap between European citizens and institutions, regions and nations.

Notas sobre Social Responsible Investing

Estou finalmente a conhecer o fenómeno. A ideia dos "stakeholders" é muito problemática. Deixo os comentários mais aprofundados para outra altura. Ainda assim, da primeira vez que li sobre o assunto fiquei entusiasmado com o facto de serem os "shareholders" a terem outros objectivos além do lucro. Isto é que é responsabilidade. Só para acabar, genericamente acredito na capacidade do governo para corrigir falhas de mercado, o que é uma das formas de garantir os interesses dos "stakeholders" através da lei. Não sei se os críticos do SRI rejeitam isto completamente e se o fazem é preocupante. Já se viu que ainda tenho muito para ler sobre este assunto.

4.7.03

Até sempre!

Vou para o desenjoo.

3.7.03

THE MICROPHONES / MT. EERIE

Há Berlusconi e o relatório do Banco de Portugal. Há o Recursos Humanos e o aumento do desemprego. Há que pensar sobre a relação entre as escolhas trágicas que Berlin tanto teme e a recente intervenção militar no Iraque (eles sabiam!). Tenho lido também algumas coisas sobre Social Responsible Investing.
Muitos assuntos e muito tempo livre. Poderia resultar numa sequência aborrecidíssima de posts. Mas, não sei se por causa das férias e do mau tempo, só me apetece ouvir música e ficar sossegado. Assim, se perderam tempo aqui e querem ler um texto realmente fabuloso, leiam isto. Já agora, passem os olhos pela música. Imperdível.

2.7.03

Ich bin ein Berliner

Ein Isaiah Berliner, entenda-se.

Pronto. Também queria fazer esta piada. Já está.
Ando a ler A Busca do Ideal, devagar, como deve ser. Primeiras notas sobre o livro:

- Não duvido que Berlin tenha sido um grande homem mas já vomitava elogios depois de 29 páginas de prefácio e introdução.
- Rever os dois últimos pontos do ensaio homónimo. Fabuloso.

Ler e Aprender

O Perigo da Deflação.

Ainda estou a recuperar as leituras atrasadas do fim de semana.

1.7.03

Paul Krugman - Peddling Prosperity

O livro é interessante. Krugman descreve de forma muito clara o surgimento do Keynesianismo, passando depois pela teoria económica conservadora que dominou os anos 70, e que ele respeita (Monetarismo, Public Choice, entre outras coisas). Estas teorias seriam mais tarde aproveitadas, por vezes de forma desonesta, pelos suply-sidders, sob a asa ideológica de Reagan. Este é o principal assunto do livro. O relato de casos em que a análise económica foi chutada o lado para servir uma ideologia política pré-definida. Histórias de teorias escritas em guardanapos de papel em restaurantes de Washington e legitimadas por jornalistas de publicações conservadoras e think tanks partidários. Alguma propaganda.
Também temos blogs assim, aliás é característica dos blogs ser assim. Preguiçosos. Desonestos. Clubistas.
Krugman descreve depois o aparecimento dos strategic traders, a resposta liberal aos supply siders, que teriam o seu momento de glória com a eleição do presidente Clinton.
É de notar que Krugman é um liberal (em português: é de esquerda) e passa hoje uma parte importante da sua vida a fazer politiquice no New York Times, usando por vezes a economia da mesma forma que tanto critica neste livro. É importante tentar perceber porquê. Presumo que seja uma forma de reacção aos senhores em Washington, que têm-lhe dado bastantes motivos para brincar.

Notas finais:

- A malta de direita ficaria surpreendida com o tratamento simpático que Krugman dá a Reagan na área económica (irrelevante no crescimento, consequências apenas na distribuição de rendimentos).
- Uh.

26.6.03

Ah, e acabei um curso universitário. Viva eu.

Festival do Porto

Estou de férias. Não penso que sejam particularmente merecidas, mas vou aproveitar para mudar de ares durantes uns dias. O blogue segue dentro de momentos.



Esqueçam o caso Burmester e apareçam que deve ser bom.

Nota

Durão Barroso disse que ninguém seria despedido numa primeira fase. Certo?

25.6.03

Lembrei-me de uma

O final das progressões automáticas das carreiras, independentemente do sistema alternativo que vier a vigorar (pode-se sempre melhorar), é uma boa ideia.

Entrada na Silly Season: Os Fogos Florestais

Mito de Silly Season ou não, é um problema. E os direitos de propriedade não têm tido grande resultado. Alguns dos pontos que o João refere até podem ser verdade, nós também temos as nossas seasons of the shark, mas aqui vai a minha contribuição para o mito.



As razões pelos vistos são várias, algumas naturais:

- Condições climatéricas adversas durante o Verão, na maior parte do País, com elevadas temperaturas e baixa humidade atmosférica;
- O mau ordenamento de muitas áreas florestais, que em grande parte são constituidas por povoamentos puros de resinosas, altamente inflamáveis;
- Acumulação excessiva de vegetação arbustiva no interior e na orla dos povoamentos, devido à fraca utilização da lenha pelas populações rurais, que têm diminuido drasticamente por emigração, com consequente incúria no manejo das matas;
- A falta de caminhos florestais, ocasionando dificuldades de acesso ao interior das matas;
- A falta de reservatórios de água para aprovisionamento das brigadas de combate a fogos;
- A negligência, resultado da ignorância, e o dolo, resultado da ganância de especuladores em negócios de madeira e de solos urbanizáveis.


Entretanto, e para fechar o telejornal com uma notícia mais leve, parece que já temos árvores de interesse público.

A classificação “de interesse público” atribui ao arvoredo um estatuto similar ao do património construído classificado.
As árvores e os maciços arbóreos classificados de interesse público constituem um património de elevadíssimo valor ecológico, paisagístico, cultural e histórico, em grande medida desconhecida da população portuguesa.
Quantos portugueses sabem que no seu país se encontra a árvore mais alta de toda a Europa?
Quantos tavirenses conhecem a vetusta oliveira de Pedras de El Rei, cuja idade foi medida em mais de 2000 anos, sendo portanto anterior à era cristã?
Imaginam os lisboetas que se cruzam diariamente com dezenas de árvores notáveis que testemunharam acontecimentos decisivos da história de Portugal?


São mais interesse público (e riqueza nacional) que a produção actual da RTP. A conversa chata das externalidades fica para outro dia.

Is Bush a Liar or Just a Moron?

Como não tenho nada de interessante para escrever sobre a semi-reforma da função pública – ao que parece vão introduzir uns quantos estrangeirismos para as tarefas de sempre, dizer que agora o serviço de atendimento é CRM, soltar alguns fluxos de informação pelas repartições fora, criar sinergias (sem despedir ninguém!), permitir o empowerment aqui e ali; obrigar as senhoras velhotas a preparar uns briefings, antes dos seus assessments (agora externos e independentes), com base no benchmarking, para depois só serem usados se os candidatos e as candidatas pertencerem ao grupo de sueca do chefe ou da mulher do chefe, respectivamente* – vou citar mais coisas feias sobre Bush.

It's often said that Bush has the virtue of self-awareness, that he knows what he doesn't know. That's probably true. But if it is true, then Bush really oughtn't to go around making sweeping statements that he hasn't made any effort to verify. When these statements turn out to be untrue, Bush's feigned certainty alone justifies calling these statements lies. They may not be the sort of lies a clever person (say, Bill Clinton) would tell. Indeed, many left-of-center commentators (Paul Krugman and Eric Alterman come to mind) refuse to admit that Bush is dumb, presumably because they fear that would make it impossible to hold him accountable for terrible things that he and his administration do. (Many felt the same way about Reagan.) But there's no reason Bush can't be thought of as both stupid and a liar. As Slate's Michael Kinsley has noted, Bush's lies are typically lies of laziness: "If telling the truth was less bother, [he'd] try that too."
Saying that Bush lacks much on the ball does not mean that he never lies the way clever people do. Surely, for instance, Bush is aware on some level that it has yet to be proved that Saddam Hussein had chemical and biological weapons stashed away prior to the war. In addressing this question, Rosenbaum let Bush off the hook by focusing on what he said before the war began, e.g., "Intelligence gathered by this and other governments leaves no doubt that the Iraq regime continues to possess and conceal some of the most lethal weapons ever devised." Like Rosenbaum, Chatterbox is eager to cut Bush some slack on this, if only because Chatterbox, too, was convinced prior to the war that the presence of biological and chemical weapons had been proved. (Click here and here to read two columns Chatterbox now wishes he'd never written.) But Rosenbaum never considered what Bush said on Polish television after the war ended:
"We've found the weapons of mass destruction. You know, we found biological laboratories. You remember when Colin Powell stood up in front of the world and he said Iraq has got laboratories, mobile labs to build biological weapons. They're illegal. They're against the United Nations' resolutions and we've so far discovered two. And we'll find more weapons as time goes on."
In fact, it has yet to be proved that the two mobile labs were used (or even designed to be used) to build biological weapons. It isn't possible that Bush fails to grasp that. So, why did he say something so obviously untrue? Chatterbox posed the question to The Nation's David Corn, who has written extensively on the question of Bush's veracity. In Corn's view, the key to Bush's lies isn't necessarily that he doesn't know any better, but that he doesn't care. "He mischaracterizes situations to fit his pattern of thinking," Corn explained. "Does he believe he's lying? I don't know." But "he still should be held accountable, whether he made a mistake of this nature in good faith or in bad faith." Amen.


* Eu avisei que não tinha nada de interessante para escrever, mas ainda assim queria aqui lamentar o meu fraco desempenho na paródia à gestão empresarial. Há uma justificação triste. Como estudante de economia fugi sempre a sete pés de todas as hipóteses que tive para conhecer melhor o mundo empresarial. Eram cadeiras (ninguém disse que não era uma hipótese remota) estranhas, muitas vezes sem matemática mas com uma dose absurda de setinhas e círculos à volta de palavras. Talvez estivesse enganado, talvez até me safasse, mas neste momento a verdade é que vocês não me quereriam na vossa empresa.

24.6.03

Pendente

Fiquei de descobrir até que ponto a evasão fiscal explica os nossos baixos valores de produtividade. Ainda não tive tempo para verificar o que escrevi nos comentários, caro AF. As minhas desculpas.

Tristes Verdades

In recent days, George W. Bush has accused those asking awkward questions about the whereabouts of Saddam Hussein's weapons of mass destruction of rewriting history. "We made it clear to the dictator of Iraq that he must disarm," Mr Bush said last week. "He chose not to do so, so we disarmed him. And I know there's a lot of revisionist history now going on, but one thing is certain. He is no longer a threat to the free world and the people of Iraq are free."
But if anyone is revising history, it is the US president. Iraq's WMD programme was the test case for Mr Bush's doctrine of pre-emption. The Iraqi threat was "grave and growing", Mr Bush declared. "Intelligence gathered by this and other governments leaves no doubt that the Iraqi regime continues to possess and conceal some of the most lethal weapons ever devised," he warned on the eve of war.
"We know where they are," said Donald Rumsfeld, the defence secretary, as US and British forces advanced into Iraq. But 90 days after the main fighting ended, US forces have yet to find a single chemical artillery shell, litre of anthrax or uranium enrichment facility. Lieutenant-General James Conway, the senior US marine in the Iraq region, has explained the failure to find any weapons by concluding that "we were simply wrong".
Yet rather than asking why US intelligence was wrong, Mr Bush now claims that the war was about freeing the Iraqi people. No doubt Iraqis are better off without Mr Hussein. But even a staunch supporter of the Iraq war such as Paul Wolfowitz, the deputy defence secretary, has agreed that Mr Hussein's misrule "by itself [was] not a reason to put American kids' lives at risk".
Mr Bush's impatience with those who want to know why his forces have not found WMD is shortsighted. In a democracy, it matters whether the people can believe what their leaders tell them. If the facts on the ground do not match what leaders say, the consequences can be profound. The Vietnam war showed how difficult it is to close the credibility gap once it has opened up.


O resto do artigo explora algumas consequências sobre a credibilidade da política externa americana dum possível falhanço em explicar o que aconteceu às armas anunciadas.
Eu continuo à espera. Para aqueles que pensam que a intervenção no Iraque seria justificável independentemente da existência das WMD que a administração Bush anunciou, não se preocupem. Este argumento não foi para vos convencer. Pode ser que, da próxima vez, se use o mesmo método para algo que vos preocupe mais. As possibilidades são imensas.

23.6.03

Amanhã é dia de reforma!

Li recentemente o Programa de Estabilidade e Crescimento (faculdade oblige). É bom constatar, mais uma vez, que o raio do documento não serve apenas para anunciar previsões irrealistas para o crescimento económico e para a evolução do défice e da dívida.