Entrada na Silly Season: Os Fogos Florestais
Mito de Silly Season ou não, é um problema. E os direitos de propriedade não têm tido grande resultado. Alguns dos pontos que o João refere até podem ser verdade, nós também temos as nossas seasons of the shark, mas aqui vai a minha contribuição para o mito.
As razões pelos vistos são várias, algumas naturais:
- Condições climatéricas adversas durante o Verão, na maior parte do País, com elevadas temperaturas e baixa humidade atmosférica;
- O mau ordenamento de muitas áreas florestais, que em grande parte são constituidas por povoamentos puros de resinosas, altamente inflamáveis;
- Acumulação excessiva de vegetação arbustiva no interior e na orla dos povoamentos, devido à fraca utilização da lenha pelas populações rurais, que têm diminuido drasticamente por emigração, com consequente incúria no manejo das matas;
- A falta de caminhos florestais, ocasionando dificuldades de acesso ao interior das matas;
- A falta de reservatórios de água para aprovisionamento das brigadas de combate a fogos;
- A negligência, resultado da ignorância, e o dolo, resultado da ganância de especuladores em negócios de madeira e de solos urbanizáveis.
Entretanto, e para fechar o telejornal com uma notícia mais leve, parece que já temos árvores de interesse público.
A classificação “de interesse público” atribui ao arvoredo um estatuto similar ao do património construído classificado.
As árvores e os maciços arbóreos classificados de interesse público constituem um património de elevadíssimo valor ecológico, paisagístico, cultural e histórico, em grande medida desconhecida da população portuguesa.
Quantos portugueses sabem que no seu país se encontra a árvore mais alta de toda a Europa?
Quantos tavirenses conhecem a vetusta oliveira de Pedras de El Rei, cuja idade foi medida em mais de 2000 anos, sendo portanto anterior à era cristã?
Imaginam os lisboetas que se cruzam diariamente com dezenas de árvores notáveis que testemunharam acontecimentos decisivos da história de Portugal?
São mais interesse público (e riqueza nacional) que a produção actual da RTP. A conversa chata das externalidades fica para outro dia.
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