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11.3.03



Comecei a ler "Whiter Socialism?" de Stiglitz.
Para já fica a tese do livro. Parte da constatação de que se a teoria neo-clássica explicasse de forma correcta o funcionamento da Economia, o socialismo de mercado - ou seja, uma economia de mercado replicada por um governo central (o bem conhecido central planner) - poderia atingir a mesma eficiência que uma economia de livre concorrência. É uma posição antiga, já defendida pelo economista marxista Oskar Lange, que despotelou o debate Lange-Lerner-Taylor-Hayek - com Hayek no caminho certo... mas não formalizando nem atingindo a verdadeira dimensão do problema. Ainda assim, Hayek argumentou que a diferença entre os dois sistemas estaria na capacidade de processamento de informação entre os dois tipos de mercado.
Stiglitz afirma que o falhanço do socialismo de mercado deveu-se em parte à existência de défices de informação e à inexistência dos incentivos correctos nos agentes económicos. A questão é que estes défices de informação e esta falta de incentivos não são assim tão diferentes do que se verifica na economia de livre concorrência. A conclusão é que nenhuma das teorias está certa. Que a teoria neo-clássica não explica de forma satisfatória a economia dos países ocidentais. E que o falhanço das economias socialistas é uma pista disto mesmo.
Stiglitz prossegue explicando as falhas da teoria neoclássica (entre outras: externalidades e bens públicos, não há um número completo de mercados, presume-se inexistência de inovação). Estranha depois os esforços por parte dos economistas em refinar e aprofundar uma teoria errada, e propõe-se a contribuir para uma nova teoria que leve em conta os processos do mercado na aquisição, transmissão e processamento da informação. É o que é suposto acontecer nos próximos cinco capítulos.

Nota: O número elevado de links deve-se à descoberta desta excelente página acerca da História do Pensamento Económico.