Coisas que podem correr mal [em relação aos escândalos recentes ou se preferirem aos "pecados no liberalismo"].
(...) Perante este cenário algo perturbador é fácil ceder à tentação de exclamar triunfalmente: “aí estão em todo o seu esplendor, a ganância e a podridão do capitalismo!” Um pouco, aliás, como se fez com o socialismo à medida que as atrocidades da União Soviética se foram tornando conhecidas.
Infelizmente, nenhum regime económico logra expurgar as imperfeições do ser humano. A desonestidade ou a ganância, tal como a preguiça ou a inveja, não desaparecem por decreto. Ou melhor, até desaparecem, se a imprensa for silenciada, se os tribunais perderem a independência e se os eleitores não mais puderem escolher. As Chinas e os Irãos deste mundo fornecem abundantes exemplos.
É por isso que a actual torrente de “casos” por esse mundo fora só se tornará fatal se cada um não desempenhar o papel que lhe cabe. E é certo que o momento exige da parte de todos os responsáveis (políticos, juízes, jornalistas, investidores) a tomada de medidas rápidas para não deixar que se quebre irremediavelmente a confiança num sistema que, com todas as suas imperfeições, logrou ainda assim produzir e distribuir mais riqueza do que qualquer outro.
Para que se corrijam os pecados no liberalismo, não do liberalismo.
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