venda-se!

Um blogue de ensaio e erro sobre Economia.

Contacto

aputadasubjectividade
Pop Chula
buzina

26.10.03

So' para nao (~) destoar...

... aqui vai a canção de Belle and Sebastian do dia.

I'm a Cuckoo

I’d rather be in Tokyo
Id rather listen to Thin Lizzy-oh
Watch the Sunday gang in Harajuku
There’s something wrong with me, I’m a cuckoo


Pronto, prometo que vou parar com isto.

24.10.03

Habsburg

Hoje assisti a uma conferência de um germânico sobre história económica. Em questão, uma união monetária entre a Áustria e a Hungria no século XIX. Terrivelmente aborrecido. Não sei o que se passa, mas não consigo acompanhar o inglês de alemães altos e largos. Muito pouco jeito por parte do senhor para dinamizar a apresentação, para a tornar minimamente apetecível.
No meio de isto tudo, achei piada a uma coisa. A apresentação consistia na leitura, por parte do autor, de excertos do paper apresentado. Quando me apercebi disto, passei a acompanhar, mais animado, o que se passava na sala. O autor de vez em quando olhava para a audiência, para o tecto, e lá perdia o fio à meada por um segundo, mas ia lendo parágrafos inteiros do que tinha escrito. Como se tivesse tido tanto trabalho para escrever o texto com as melhores palavras possíveis e não desejasse agora insultar esse trabalho, apresentado oralmente as suas ideias com outras palavras, necessariamente inferiores àquelas que já eram perfeitas.
Ou isso ou foi preguiça, ou incompetência.

Segundos de sonho

Belle and Sebastian - If You Find Yourself Caught In Love

(...)

What a pity it would be (what a pity)
Oh you talk of freedom don't you see (what a pity)
The only freedom that you'll ever really know
Is written in books from long ago


(...)

Voltei mesmo, porra

Quis mudar para o weblog.com.pt, mas desisti. Quis dedicar-me exclusivamente à Topologia, à Teoria Microeconómica pura e a algumas coisas caídas do céu a que se vai chamando Teoria Macroeconómica, mas também não correu bem. Em boa verdade, quis-me dedicar aos meus tempos livres, gastá-los fora do computador, de preferência a estudar por gosto. Lá me apercebi que a alternativa aos tempos livres fora do computador (isto em casa, porque fora de casa, nada mudou…) é a televisão, a música, revistas e jornais, alguns hiatos de tempo.
Além disto, o blog tem vários aspectos excelentes. Primeiro, disciplina o estudo. Perco menos tempo em coisas inúteis. Se não tiver cuidado, também rouba tempo ao estudo, mas eu vou ter cuidado. A segunda coisa boa é que eleva o ritmo de trabalho. Com o tempo contadinho as coisas têm outro gosto. Faço tudo mais depressa e a pressão é certamente bem-vinda.
Vou então voltar a escrever aqui, agora de vez.

Um minuto no parlamento

Telejornal. Tal como muitos portugueses, assisto com gosto ao minuto de parlamento do dia. Hoje vi Bagão Félix assanhado a refugiar-se na inteligência (ainda que tenha sido bastante burro), seguida de um: "vocês não querem ouvir". Realmente, o homem não tem muito jeito para aquilo, e aposto que perdeu o debate do dia para grande parte da população portuguesa.
Pior que tudo, perdeu contra uma Odete Santos que estava a lutar para construir uma frase que envolvesse uns quantos números que tinha apontados num papel. Foi penoso, mas finalmente conseguiu formular uma pergunta ao senhor ministro, acusando-o de mentir ao mesmo tempo. Vou ser simpático para Bagão Félix. A pergunta era estúpida. A acusação de mentira, só teria cabimento se a senhora Odete fosse mentecapta. Passo a explicar.
Falava-se de desemprego. Bagão terá dito (presumo... não vi hoje, mas já o vi a dizer noutras alturas), que o pior já passou, e que o número de novos desempregados tem vindo a diminuir. Terá tido a ousadia de dizer que as coisas estão finalmente a melhorar. Odete Santos pega por onde pode e pergunta ao ministro como é que as coisas estão a melhorar se o Eurostat diz que o desemprego em Portugal aumentou cerca de dois pontos percentuais.
Falavam de coisas diferentes. Era tão fácil desfazer o equívoco. Mas Bagão quis complicar. Não ajuda que quando fale pareça estar sempre na evasiva, por causa daquele estilo nervoso. De qualquer forma, Bagão passa a explicar que não tinha mentido não senhora, que ele tinha referido apenas a diminuição da segunda derivada (ou terá sido "um efeito de segunda ordem"? Se foi, é ainda pior...). Risos no parlamento. A minha mãe, ao jantar, faz uma careta. Mais risos no parlamento. Ouve-se Bagão a dizer "vocês não querem ouvir" e acaba a peça. Pouco depois expliquei à minha mãe o que era aquela coisa da segunda derivada (já agora, disse que era a aceleração do desemprego, isto é, que apesar do desemprego continuar a aumentar, aumenta cada vez menos).
Então, senhor Bagão? Ingenuidade? Estupidez? Cansaço de repetir sempre a mesma coisa? A verdade é que muita gente ficou com a ideia que mentiu realmente. Outros até acreditam que não tenha mentido. No entanto, como explicou usando um conceito que quase ninguém percebeu - nem os senhores deputados que até são doutores! - deve ter feito asneira da grossa. O facto da peça ter acabado logo de repente, também deve ajudar o equívoco.
Enfim, senhor Bagão. O senhor é um católico dedicado. Sempre que tiver que falar para um grupo de pessoas, lembre-se do seu Deus, e fale a linguagem das crianças. Aposto que gosta que Ele o faça. Sendo assim, só tem de fazer o mesmo aos outros. E sim, estou a falar de deputados e jornalistas, da criançada toda...

O dia em que "Marx and Engels" soou mais doce que "Belle and Sebastian"

Belle and Sebastian - Marx and Engels

She spoke in dialect I could not understand
But one thing that she made clear
There was no coming on to her
There was no intellect
That she could respect
If it couldn't see
That the girl just wants to be
Left alone with Marx and Engels for a while
She's writing in the style
Of any riot girl


12.10.03

Mais uma vez, de volta!

Depois "explico". Não contem com actualizações, este blog está em mudanças.