Vítor Bento no Diário Económico.
Se não for possível voltar a mobilizar a sageza e a clarividência necessárias para atalhar este caminho, re-enquadrar os interesses nacionais num interesse comunitário europeu (contendo as aspirações hegemónicas) e recentrar a natureza multilateral do projecto de integração europeia, este deixará de ser o mesmo que nos trouxe até aqui e arrisca-se a ter como horizonte provável, já não uma solução federal, mas uma solução neo-imperial ou neo-feudal. As intenções de diferenciar as condições de acesso aos lugares de comissário europeu ou de governador do BCE, entre os grandes e os pequenos países, e a substituição das presidências rotativas por um qualquer "directório dos grandes países" são disso sinais que importa contrariar.
Por outro lado e no mesmo contexto, eventuais apelos ou intenções re-armamentistas, visando emular militarmente os EUA, têm que ser vistos com muito cuidado. Não tendo a UE a consistência de uma sociedade política, um tal rearmamento, mais do que europeu, seria um rearmamento das potências europeias, tornando a Europa e o mundo mais perigosos.
Fica para pensar.
(Texto completo nos comentários.)
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