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12.2.03

O Argumento do Petróleo

1. A administração Bush tem conhecidas relações com empresas petrolíferas.
2. Actualmente, quem explora o petróleo iraquiano são empresas russas, francesas e alemãs.
3. Se os Estados Unidos ficarem com o saque do pós-intervenção no Iraque, ou seja, com os contratos de petróleo, o preço deste poderá baixar até aos 15 dólares/barril, que levaria a economia russa a entrar em colapso.
4. As conhecidas relações da administração Bush com as petrolíferas permite pôr de lado esta situação já que também elas veriam os seus investimentos (Texas, Alasca, Venezuela) perder valor.
5. No entanto, a administração Bush não se dá ao trabalho de declarar as suas intenções para este mercado, dando a entender ambiguamente que as decisões caberão aos futuros governadores do Iraque.
6. Não acredito que haja um conjunto de pessoas (uma oposição) com capacidade de governar o Iraque neste momento, poderão aqui ser cometidos os maiores erros desta questão.
7. De resto, Saddam ameaça destruir os poços de petróleo em caso de invasão, inutilizando por alguns anos a exploração deste.
8. O preço do petróleo descerá mas não muito e depois estabilizará.
9. O argumento do petróleo apenas faz sentido no longo prazo. A hipótese mais provável será que o objectivo dos EUA não é consumir as reservas iraquianas para já mas sim assegurar o controlo destas, impedindo o crescimento de outros países (todos eles mais dependentes do petróleo do médio oriente que os Estados Unidos) e que poderiam ameaçar a sua hegemonia mundial.
10. Neste contexto, os custos da guerra para os Estados Unidos poderiam ser menores que os benefícios futuros.
11. Uma guerra contra o terrorismo é uma guerra contra um adversário sem nome que tanto permite justificar fracassos (Bin Laden) como novos ataques (sempre algo diferente de defesa) vagamente ligados ao terrorismo. É extremamente perigoso porque permite a desresponsabilização dos dirigentes (afinal se o terrorismo é invisível, é impossível acertar).
12. A opinião pública ficou disponível para combater este flagelo e o aproveitamento político passa a ser possível (desejável ou não, é um aproveitamento político).
13. No discurso da administração Bush alterna-se o "combate ao terror" com o "combate a uma ditadura" e o "libertar um povo". É desconcertante mas eles saberão bem o que estão a fazer.
14. Há aqui espaço para a existência dum motivo escondido por trás da intervenção: as incoerências do discurso, a pressa por fazer a guerra (aproveitar o momento favorável) e a existência de Petróleo.
15. Haver espaço não significa necessariamente que exista um motivo escondido.